domingo, 23 de janeiro de 2011

Com trinta minutos de atraso, começa o vestibular da UFMG


Uma liminar colocou novamente 3.326 candidatos que zeraram notas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), na disputa por uma vaga na universidade (Jakson Romanelli/EM/D.A.Press)
Uma liminar colocou novamente 3.326 candidatos que zeraram notas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), na disputa por uma vaga na universidade

Começaram, às 14h30, as provas de segunda etapa da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Os portões foram fechados com trinta minutos de atraso, em relação ao horário previsto. A partir deste horário ninguém mais pôde entrar no câmpus da universidade O período de sigilo é de duas horas e, durante esse tempo, os alunos não podem deixar as salas. As provas terão duração de três horas.


Na noite de sábado, uma liminar colocou novamente 3.326 candidatos que zeraram notas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), na disputa por uma vaga na universidade. Na quinta-feira, uma determinação da Justiça Federal de Minas exigiu que a instituição convocasse esses alunos. Na noite de sexta, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) derrubou essa decisão e as liminares coletivas no país que davam aos estudantes que se sentiam prejudicados pela correção do Enem o direito de apresentar recursos e ter acesso aos testes corrigidos. No sábado, o defensor público federal em Minas Pedro Dimas conseguiu nova liminar garantindo a participação dos estudantes no concurso da UFMG. A decisão foi tomada pela Justiça Federal do Maranhão, considerada pelo STJ competente para concentrar todas as ações relacionadas ao Enem.

Apesar da conquista, a liminar não significa que os estudantes beneficiados vão continuar até o fim na disputa por uma vaga. Tudo depende de decisão final do STJ no processo que discute se os candidatos terão acesso à correção das provas do Enem e se, a partir disso, poderão apresentar recursos para rever as notas.

Ex-governadores de Minas se abrigam em conselhos de estatais



O status de ex-governador de Minas garante um tratamento diferenciado aos políticos. Além do direito à aposentadoria - com ganhos mensais de R$ 10.500, que é o valor do salário do governador -, é comum eles acabarem migrando para conselhos de estatais. É o caso dos ex-governadores do Estado Francelino Pereira e Rondon Pacheco, respectivamente conselheiros da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) e do Banco do Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG).


Conforme fontes ligadas aos dois órgãos, os salários dos conselheiros do BDMG giram em torno de R$6.000. Já na Cemig, o vencimento chega a R$8.500. Os conselheiros não precisam comparecer às empresas regularmente e costumam trabalhar apenas um dia a cada mês, quando deliberam sobre diferentes decisões da empresa. No caso de Francelino, em algumas ocasiões ele sequer precisa exercer funções na sede da Cemig, já que a ele é dada a regalia de deliberar pela internet. Segundo a assessoria de imprensa da estatal, materiais e apostilas são enviados por e-mail e os conselheiros trabalham em casa.

Conforme O TEMPO informou na edição de anteontem, os ex-governadores de Minas Gerais têm direito a receber aposentadoria vitalícia no mesmo valor do atual salário do governador. A lei que instituiu o benefício é de 1957. Baseado em uma lei da época, o governo do Estado não informa qual é o impacto do pagamento desse benefício para os cofres públicos.



Benefícios. Desde a promulgação da lei, Minas teve 14 governadores. Desses, sete estão vivos. O deputado federal eleito Newton Cardoso (PMDB) e os senadores eleitos Itamar Franco (PPS) e Aécio Neves (PSDB) afirmaram que não requereram o benefício. O senador Eduardo Azeredo (PSDB) passou a receber em 2003. Francelino não quis falar sobre o assunto. Pacheco e Hélio Garcia não foram localizados pela reportagem.

O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ophir Cavalcanti, e o doutor em direito constitucional Lásaro Cândido da Cunha acreditam que a lei é inconstitucional, por ferir o princípio de isonomia dos cidadãos. "Os gastos do Estado com esses benefícios são uma verdadeira caixa-preta, um mistério", declarou Cunha. A OAB questiona no Supremo Tribunal Federal (STF) o pagamento desse benefício.

Resposta. Perguntado ontem sobre o assunto, o governador de Minas, Antonio Anastasia (PSDB), foi sucinto nas respostas. "A matéria é jurídica e está dentro da lei", afirmou o tucano. Sobre o fato de o Estado se recusar a divulgar o montante gasto com aposentadoria a ex-governadores, Anastasia diz tratar-se de um assunto sigiloso. "É confidencial. O governo não pode divulgar os valores gastos nesses pagamentos", afirmou o tucano.




Itamar ataca falta de transparência

O senador eleito Itamar Franco (PPS) criticou a postura do governo do Estado de se negar a informar os valores gastos com as aposentadorias dos ex-governadores. Itamar disse ser contra o benefício vitalício.

"Eu acho um erro do governo omitir essas informações", lamentou. O ex-governador informou que não recebe a aposentadoria. "Como ex-prefeito de Juiz de Fora, eu teria direito a receber seis salários mínimos, mas também recusei", declarou. "Não tenho nada a ver com a vida dos outros, mas não concordo", completou.

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) entrou com uma ação de direta de inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal contestando tais benefícios. Como os valores são estipulados pelo governo do Estado, o presidente da OAB, Ophir Cavalcanti, informou que aguarda relatório dos Estados com os nomes e valores dos beneficiados. De acordo com o conselheiro federal do órgão e membro da OAB de Minas, Mário Lúcio Quintão, o governo mineiro ainda não informou os dados solicitadas. "Acredito que na próxima reunião da Ordem, em fevereiro, conseguiremos dar início ao processo de cassação dessas pensões", disse Quintão. Ele considera o pagamento das pensões um privilégio. "A farra é grande. Vamos arguir a constitucionalidade da lei. Mesmo sem a ajuda do governo, as providências estão sendo tomadas", completou. (AFG)

Após 20 anos, senador Pedro Simon requer aposentadoria

Porto Alegre. Vinte anos depois de ter governado o Rio Grande do Sul, o senador Pedro Simon (PMDB) requereu aposentadoria por ter ocupado o cargo. Ele já recebeu cerca de R$ 52 mil referentes aos meses de novembro e dezembro, e parte do 13º de 2010.

Quando pediu a aposentadoria, em 2010, um senador recebia R$ 16,5 mil. Seus vencimentos, após reajuste de 61,8%, passaram neste ano para R$ 26,7 mil. Simon não falou sobre a sua decisão.

Brizola. A ex-companheira do ex-governador Leonel Brizola, Marília Guilhermina, acumula duas pensões vitalícias pagas pelos governos do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul, que somam R$ 41,3 mil mensais. Brizola governou o Estado gaúcho de 1959 a 1963 e o fluminense, de 1983 a 1987 e de 1991 a 1995.



O TEMPO